O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), freou na última semana a ofensiva para uma eventual candidatura presidencial em meio a uma onda de desânimo na direita com a resistência do clã Bolsonaro em se decidir sobre 2026. Com Tarcísio desacelerando na empreitada, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), buscou contato com políticos e empresários paulistas ao longo da semana para se viabilizar como alternativa. Aliados de Tarcísio afirmam que a perspectiva de consolidação dele como adversário de Lula (PT) em 2026 ficou mais distante após derrotas de seu campo político, como a rejeição à PEC da Blindagem, o enfraquecimento da proposta de anistia e a adesão da população aos atos no domingo passado (21) contra as duas pautas. Além disso, aliados do governador de São Paulo e de Jair Bolsonaro (PL) têm manifestado preocupação com movimentos de pessoas próximas ao ex-presidente que tentam convencê-lo de insistir em uma candidatura ao Planalto, mesmo inelegível e com condenação de 27 anos e três meses de prisão. Entre os quadros de direita e de centro havia a expectativa de que, com a proximidade do fim do ano, Bolsonaro indicasse com mais segurança que passaria o bastão, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a família mantém o discurso de candidatura do ex-presidente. Dentre esses aliados, há quem veja o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa pelo espólio eleitoral do pai. O que desanima Tarcísio, segundo seu entorno, é a falta de segurança de que seria ele o candidato. Apesar de negar isso publicamente, ele vinha se preparando para essa possibilidade diante de acenos positivos por parte de Bolsonaro. Ele visitará o ex-presidente na próxima segunda-feira (29-09). Dois deputados da base governista na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) disseram à reportagem que, ao frear a ofensiva à Presidência, Tarcísio busca preservar a sua imagem após ter sido alvo público de ataques de bolsonaristas, em especial de Eduardo, e da esquerda, com Lula o colocando como o adversário a ser batido. A demonstração de desânimo do governador, além dos crescentes alertas de aliados de Bolsonaro, pode também servir como uma forma de pressionar o ex-presidente a se decidir. Enquanto o governador se distanciou dos holofotes, Ratinho circulou por São Paulo ao lado de Gilberto Kassab, presidente de seu partido e secretário de Governo de Tarcísio, tentando se projetar no estado, que possui o maior eleitorado do país.
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