Animais peçonhentos, como serpentes, escorpiões e aranhas, são temidos por boa parte da população por conta de seu potencial de envenenamento. Em alguns casos, acidentes com espécies peçonhentas podem evoluir para a morte, enquanto outros episódios são revertidos caso haja atendimento médico adequado.
Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde auxiliam as autoridades a identificar as regiões nas quais os acidentes se concentram e planejar ações educativas sobre o tema. A prevenção a este tipo de acidente muitas vezes é simples, com pequenas atitudes no dia a dia, seja na área urbana ou na zona rural.
Confira abaixo quais espécies são as mais perigosas, o que fazer e como se prevenir…
Escorpiões
Os escorpiões são os responsáveis pelo maior número de notificações de acidentes com animais peçonhentos no Brasil. O Ministério da Saúde contabilizou, a partir de dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), 195.645 acidentes do tipo somente em 2023, com 152 mortes.
Desde 2022 o Sinan vem registrando alta na incidência envolvendo o animal no país, sendo que, em 2023, São Paulo foi o estado que mais notificou o sistema, com 48.484 acidentes com escorpião. Nos últimos cinco anos, mais de 864 mil acidentes com o aracnídeo foram registrados no Brasil.
Com acidentes de maior incidência nos meses mais quentes e úmidos, os escorpiões que representam maio…
Serpentes
Em 2023, foram contabilizados 31.725 acidentes com serpentes no Brasil, sendo que 138 pessoas morreram por conta da picada deste tipo de animal no período. O estado do Pará concentrou o maior número de notificações, com mais de 5.200 acidentes.
Desde 2019, o número registrado pelo Sinan para acidentes com cobras vem caindo, com ligeiro aumento em 2023 em relação ao ano anterior. Entre 2019 e 2023, 163.957 notificações do tipo foram recebidas pelo sistema.
A maioria dos acidentes causados por cobras é causada por espécies da família Viperidae, dos gêneros Bothrops e Bothrocophias, entre elas a jararaca. O grupo é o mais presente no Brasil, com cerca de 30 espécies em ter…
Abelhas
Aparentemente inofensivas, as abelhas foram responsáveis por 32.875 acidentes no Brasil em 2023, provocando 123 mortes. O aumento no volume de notificações do tipo é crescente desde 2021.
Algumas espécies, como as mestiças de Apis mellifera scutellata (africana) e Apis mellifera ligustica (europeia) são consideradas as mais agressivas. Enquanto as abelhas-operárias perdem o ferrão e morrem após picarem um alvo, as Mamangavas e as Mamangabas não perdem o ferrão, podendo picar várias vezes.
Em um enxame, as primeiras abelhas a picar um invasor liberam um feromônio (substância produzida e secretada por um animal, que tem como alvo outro indivíduo da mesma espécie) secretada por um animal, que tem como alvo outro indivíduo da mesma espécie) que faz com que outras abelhas ataquem o mesmo alvo, podendo provocar um acidente com centenas e até mesmo milhares de picadas. A reação no organismo que recebeu o veneno, geralmente, varia de acordo com o volume de toxina injetado. Quanto mais abelhas picam um mesmo alvo, maior a chance do resultado ser grave…
Aranhas
Com 43.119 notificações em 2023, acidentes com aranhas causaram a morte de 34 pessoas no último ano. Assim como as abelhas, o volume de acidentes com as aranhas também vem evoluindo nos últimos anos, de acordo com dados do Sinan.
A depender da espécie, a picada da aranha pode ser imperceptível no momento do contato ou provocar dor imediata. Entre os sintomas mais comuns, estão: inchaço e sensação de formigamento ou dormência no local da picada, fraqueza, náusea, vômitos, dores musculares, tremores e manchas vermelhas. O veneno pode causar, em casos mais graves, alteração na pressão arterial e nos batimentos cardíacos.
Segundo o Ministério da Saúde, as aranhas dos gêneros Loxosceles, conhecida como aranha-marrom ou violinista, Phoneutria, popularmente chamadas de aranha-armadeira ou macaca e o Latrodectus, as famosas aranhas viúva-negra, estão entre as consideradas “de importância em saúde pública”, pela potencial gravidade de sua picada. Acidentes causados por outros gêneros de aranhas podem ser comuns, porém não apresentam relevância em saúde pública. As aranhas-caranguejeiras, embora grandes e frequentemente encontradas em residências, não causam acidentes considerados graves…
Lagartas
Com 6.906 notificações de acidentes, quatro mortes foram registradas por conta de envenenamento da espécie no Brasil em 2023. Entre os animais peçonhentos citados pelo Sinan, a lagarta representa o menor número de acidentes e óbitos.
Uma das formas da metamorfose de mariposas e borboletas, a lagarta é capaz de queimar o alvo. Na maioria dos casos, os acidentes do tipo evoluem de forma positiva, mas as lagartas do gênero Lonomia podem, a partir do veneno liberado pelas cerdas urticantes, causar hemorragias na vítima. A dor geralmente é intensa e pode se espalhar do local da queimadura até outros membros do corp(uol)
Adicionar Comentário