DESTAQUES DO DIA POLÍTICA

Candidata a vereadora finge morte para escapar a atentado em São Paulo Léo Áquilla, uma mulher trans e ativista dos direitos LGBT, tem suscitado polémica durante a campanha.

Uma candidata a vereadora na cidade brasileira de São Paulo nas autárquicas do próximo dia 6 de outubro escapou a um atentado à bala ao fingir a morte depois dos primeiros tiros disparados pelo criminoso. Léo Áquilla, uma mulher trans e ativista dos direitos LGBT, contou que o criminoso, ao vê-la estirada no chão e imóvel, acreditou que ela realmente tinha morrido e fugiu.

O ataque ocorreu de noite, no final de um dia de compromissos de campanha, quando andava de carro na área urbana da Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, na altura do bairro Parque Novo Mundo, na zona norte da capital paulista. De repente, um motociclista ultrapassou o carro dela, onde também ia um assessor, bateu na lateral do veículo e fugiu, no que parecia ser simplesmente mais um acidente de trânsito.

Léo parou e saiu do veículo e foi verificar o estrago provocado pela colisão. Nessa altura, o motociclista voltou na contramão, já empunhando uma arma e começou a disparar contra ela, destroçando com os primeiros tiros o para-brisas do carro e furando a lataria.

Ao perceber que tinha caído numa emboscada e que, na verdade, tratava-se de um atentado, contou depois à imprensa, Léo Áquilla correu para trás do automóvel e atirou-se aparatosamente ao chão e ficou imóvel, simulando ter sido mortalmente atingida.

O atirador, que só disparou contra ela e não atentou contra o assessor, ao vê-la daquela forma, aparentemente morta, deu meia volta e fugiu em alta velocidade. A polícia de São Paulo não afasta nenhuma possibilidade, mas como os tiros foram direccionados exclusivamente contra a candidata a vereadora e nada foi roubado, a hipótese de atentado político é a principal suspeita.

Léo Áquilla é jornalista e já participou em realitys shows na televisão. Com uma personalidade bastante aguerrida, quer na política quer na defesa dos homossexuais, a agora candidata a vereadora tem suscitado grandes polémicas e já relatou às autoridades outras ameaças.

A campanha para as eleições autárquicas do próximo dia 6 tem tido inúmeros casos de violência contra candidatos a autarca e a vereador por todo o Brasil. Estima-se que quase 200 casos de ataques contra candidatos, assessores e familiares já tenham ocorrido, dos quais pelo menos 40 resultaram na morte dos visados.(correio da Manhã)